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Vários posts sobre arquitetura provocativa (edifícios bolha, vento etc) se seguiram à apresentação sobre o Blur Building numa reunião do NEDUA antes do blog, mas este projeto mesmo não apareceu aqui. Este tipo de projeto levanta boas questões sobre tecnologia da arquitetura.
Ao parecer fugir da produção básica de abrigo, conforto, funcionalidade etc, entretanto, há uma retomada dos rituais básicos, não só da prática arquitetônica
per se, mas também dos ofícios de propagandear e negociar a arquitetura. E isso tudo se dá, freqüentemente, pelo estreitamento da ligação arquitetura + tecnologia, de um modo ou de outro evidenciando a crescente importância dessa ligação.
Assim, este tipo de projeto acaba sendo interessante não só pela impressão inicial de estranheza que possa causar, mas porque ao criar espaços para a experiência pública de se estranhar os confortos da vida atual, revelam-se essas contradições também para os arquitetos atuais, cuja a arquitetura, a despeito de todos os avanços tecnológicos, vive se deixando cair no conformismo das pseudo tecnologias (aquelas que necessariamente parecem complicadas e avançadas).
Neste caso, a provocação se espalha desde o título do projeto (blur) até o título do livro sobre o projeto (the making of nothing), passando pelo uso da tecnologia, que apesar de interessante, objetiva e funcional, parece demonstrar um intencional proselitismo da capacidade criativa dos autores, que aliás não se mostraram mais à esta mesma altura em nenhum outro projeto.